sábado, 13 de outubro de 2007

ALÍVIO PARASITA?

Estranho bálsamo este da aflição alheia.
Não sei se é comum a todos, mas para mim funciona involuntariamente com uma eficácia assustadora....
O motivo? Gostaria de saber.
Ruim? Não... nenhum conforto é ruim. Mas não é das melhores coisas, obtê-lo pelo preço alto do sofrimento alheio.
Não há culpa, pois não há prévia responsabilidade, mas não se torna menos caro, nem se parece menos cruel.
É tão nítido que por vezes eu me pego buscando saber dos problemas do mundo, simplesmente para me sentir melhor em relação aos meus.
Uma resposta, sim eu gostaria de entender....
Por que diabos os meus conflitos parecem diminuir e minhas angústias quase desaparecem, quando estou diante dos problemas de outras pessoas, ainda que eu nem as conheça?
Humanidade, solidariedade, piedade ou hipocrisia?!

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"E hoje não. Que não me doa hoje o existir dos outros, que não me doa hoje pensar nessa coisa puída de todos os dias, que não me comovam os olhos alheios e a infinita pobreza dos gestos com que cada um tenta salvar o outro deste barco furado. Que eu mergulhe no roxo deste vazio de amor de hoje e sempre e suporte o sol das cinco horas posteriores, e posteriores, e posteriores ainda."


Para Um Roxo Dia de Sol de Fevereiro - Caio Fernando Abreu.

2 comentários:

Anônimo disse...

eu sou gordo, pode sempre pensar em mim, quando quiser se sentir melhor.
hauhauhaaihaiauhaaia

:D

Anônimo disse...

"Uma resposta, sim eu gostaria de entender...."

Acho q tem várias respostas:
Uma delas foi escrita por ti mesma numa única palavra: a sétima da linha seguinte. Outra resposta seria que a resposta não é nehuma das 4 sugeridas por ti na última linha (até porque piedade é absolutamente outra coisa). Outra resposta talvez só apareceria se fosse procurada sem separar os problemas do mundo e os nossos próprios, ou talvez melhor ainda: realizando que as razões desses problemas são muito mais anteriores do que parecem e lá na raiz talvez sejam apenas 1 e a mesma. Porque toda resposta é uma síntese e, então, ela precisaria ser procurada para trás e para baixo num sentido (no sentido da origen), e ao mesmo tempo para frente e para cima (no sentido de que é uma síntese). Talvez seja por isso que a poesia (que não é feita da matéria das respostas) parece estar sempre sendo procurada para cima e para trás.