quinta-feira, 22 de maio de 2008

Vontade de Poesia!



De onde ela vem?! De que matéria bruta
Vem essa luz que sobre as nebulosas
Cai de incógnitas criptas misteriosas
Como as estalactites duma gruta?!

Vem da psicogenética e alta luta
Do feixe de moléculas nervosas,
Que, em desintegrações maravilhosas,
Delibera, e depois, quer e executa!

Vem do encéfalo absconso que a constringe,
Chega em seguida às cordas do laringe,
Tísica, tênue, mínima, raquítica ...

Quebra a força centrípeta que a amarra,
Mas, de repente, e quase morta, esbarra
No mulambo da língua paralítica

A Idéia - Augusto dos Anjos.
Foto: Gregoria Correia.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Planos para a Ansiedade?!


Quatro pessoas de grupos diferentes de convívio comigo, falaram-me hoje, também em meio a conversas completamente distintas, que não suportam fazer planos. As quatro pessoas por coincidência (ou não) eram homens... Para os quatro, eu respondi: " - Eu também não gosto!"... por coincidência (ou não) a mulher no meio do grupo masculino em questão, era eu.
Sendo ansiedade o meu sobrenome, pensei: para um ansioso, fazer planos piora ou melhora o sintoma??
Fazendo planos, traça-se uma linha, uma meta, um objetivo. A ansiedade vai trabalhar com expectativa focada. Não fazendo planos, ficando sem foco, a ansiedade vai massacrar na procura por ele ou por mil e uma soluções, metas, objetivos e caminhos soltos e bagunçados.
Traçando um objetivo e chegando ao final do processo de ansiedade e expectativa focada sem sucesso, virá a frustração, afinal, foi uma linha bem determinada, pensada, esperada, cuidada. Sem planejar nada, frustra-se pela incapacidade de determinação, pela clara impossibilidade de finalizar algo que nem teve um pré-projeto ou pelos vários projetos (sem pré-projetos) que iniciam-se, mas nunca são finalizados.

E agora? ........Lexotan?


Pintura: O grito - Edvard Münch.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Reformulando as conclusões de domingo...

- Aquele papinho de que o mundo dá voltas, é mesmo verdade;
- Pessoas parecem gostar mais das pessoas que mentem;
- Quem é boa pessoa comigo, mas trata mal o garçom,
não é boa pessoa.

domingo, 18 de maio de 2008

Conclusões......

- Aquele papinho de que o mundo dá voltas, é mesmo verdade;
- Homens parecem gostar mais das mulheres que mentem;
- Quem é boa pessoa comigo, mas trata mal o garçom,
não é boa pessoa.

sábado, 10 de maio de 2008

O amor só é bom se doer!?



O homem que diz "dou"

Não dá!
Porque quem dá mesmo
Não diz!
O homem que diz "vou"
Não vai!
Porque quando foi
Já não quis!
O homem que diz "sou"
Não é!
Porque quem é mesmo "é"
Não sou!
O homem que diz "dou"
Não dá!
Porque ninguém dá
Quando quer
Coitado do homem que cai
No canto de Ossanha
Traidor!
Coitado do homem que vai
Atrás de mandinga de amor...

[...]

Canto de Ossanha
Vinicius e Baden Powell

quarta-feira, 7 de maio de 2008

sábado, 3 de maio de 2008

A Bailarina.








Achei tudo ótimo (a arte e o texto), então tá aí.
E também tá aqui: http://www.monicapiloni.com

A pequena bailarina de quatorze anos”, através de uma vitrine entre os reflexos do vidro. É evidente e inevitável que essa barreira física fria, projetada para não ser vista, seja absorvida pelo sistema nervoso. Cria-se uma distância colocada entre o observador e aquilo que foi feito.
Nesse trabalho o ícone absurdamente feminino da bailarina idealizada foi esquartejado, membro a membro, e cada parte presa em mini-vitrines. Essas vitrines formam caixas transparentes que possibilitam seu empilhamento e dão ordem e sentido à anatomia em pedaços. São suportes eficientes de sutentação, suficientemente visíveis para criar sutis rupturas verticais e horizontais entre finas molduras que envolvem, protegem e distanciam, elevando seu conteúdo de músculos tencionados ao estado de intocável.
A imagem tradicional da bailarina carrega um caráter dramático e emotivo apesar de incansavelmente explorado e consumido, que a torna um ser quase irreal em um ideal de imaterialidade. Nesta escultura ela foi representada em tamanho natural com um tratamento realista. O desmembramento anatômico acentua a carga dramática. Poderiam estar espalhados e sem vida sobre o chão, mas recebem uma falsa alma de estrutura artificial.

Bailarina /2007.
resina, cabelo, próteses oculares
pintura, tecido, acrílico.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Pois é...




De tanto levá frechada do teu olhar
Meu peito até parece sabe o quê?
Táuba de tiro ao Álvaro
Não tem mais onde furá

Teu olhar mata mais do que bala de carabina
Que veneno estriquinina
Que pecheira de baiano
Teu olhar mata mais que atropelamento de automover
Mata mais que bala de revorver