[...]
Encara-te a frio, e encara a frio o que somos...
Se queres matar-te, mata-te...
Não tenhas escrúpulos morais, receios de inteligência! ...
Que escrúpulos ou receios tem a mecânica da vida?
Que escrúpulos químicos tem o impulso que gera
As seivas, e a circulação do sangue, e o amor?
Que memória dos outros tem o ritmo alegre da vida?
Ah, pobre vaidade de carne e osso chamada homem.
Não vês que não tens importância absolutamente nenhuma?
És importante para ti, porque é a ti que te sentes.
És tudo para ti, porque para ti és o universo,
E o próprio universo e os outros
Satélites da tua subjetividade objetiva.
És importante para ti porque só tu és importante para ti.
E se és assim, ó mito, não serão os outros assim?
[...]
Álvaro de Campos.
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Pintura: Fountain - Mark Ryden.
2 comentários:
ih, olha ela..tá na fase negra.
esse eh o cara que vc gosta, que escreve poesia dando tapas na cara? ahuhauhauahuaha
+/- isso!
ele é ótimo.
cada tapa é um aviso de despertar!
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